O Teatro Oficina é uma das mais importantes companhias de teatro no Brasil. Liderada por José Celso Martinez Corrêa, passou, desde sua criação, por diversas transformações. Atua até hoje sob a denominação de Oficina Usyna Uzona.
A postura de contracultura do Teatro Oficina se firmou com a encenação da peça O rei da vela, em 1967. O texto foi escrito por Oswald de Andrade em 1933. Encenada em plena revolução cultural e no limiar do AI-5 de 1968, a peça tornou-se símbolo da Contracultura, com inspiração antropofágica e estética tropical.
O Teatro Oficina decidiu que essa obra de vanguarda oferecia os elementos necessários para refletir sobre o momento cultural e histórico que o país vivia. E, assim, encenou uma fábula de fabricante de velas e credor, retratando a condição de subdesenvolvimento do Brasil, que vivia uma realidade autoritária. Com fortes e agressivos elementos visuais propostos na cenografia e no figurino, criados por Hélio Eichbauer, e uma canção de Caetano Veloso, tornou-se referência para diversos artistas e inspirou a formação do movimento tropicalista.
Os artistas tropicalistas articularam uma nova maneira de pensar o Brasil, suas tradições e influências estrangeiras. Eles propunham um tipo de arte que incorporasse radicalmente os elementos culturais mais diferentes, fossem eles nacionais, estrangeiros, antigos, modernos, cult ou cafonas.
Apesar de o movimento ter maior destaque na música, com representantes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé e Os Mutantes, também permeou outras linguagens artísticas, como o cinema novo, de Glauber Rocha e, nas artes visuais, os parangolés, de Hélio Oiticica.